Decisão de hospitais em Ilhéus e Itabuna superlota Novaes, afirma direção
O número de atendimentos no Hospital Manoel Novaes (HMN), em Itabuna, quase triplicou entre 28 de dezembro a esta terça-feira (5). A procura diária pelos serviços cresceu 37,5% depois que unidades hospitalares em Itabuna e Ilhéus anunciaram a suspensão de serviços de pediatria e obstetrícia.
Nesse período, o HMN acumula aumento de 66,85% nos atendimentos, boa parte de pacientes de baixo risco, que normalmente são atendidas em unidades de saúde definidas como porta de entrada. Essa sobrecarga no hospital pode deixar sem os serviços os pacientes de médio e alto riscos, para os quais a unidade é contratada.
A diretora técnica do HMN, a médica Fabiane Chávez, explica que teve de improvisar novos leitos para não deixar ninguém sem ser atendido. “Desde o finalzinho do ano passado que estamos trabalhando muito acima da nossa capacidade. Além dos municípios pactuados com Itabuna, tivemos de absolver a demanda de toda a microrregião de Ilhéus. Tivemos de reorganizar as nossas equipes, mas tem sido muito difícil atender tanta gente. Há um desgaste muito grande. Espero que os gestores resolvam logo esses problemas da Maternidade Ester Gomes, em Itabuna, e da Maternidade Santa Helena, em Ilhéus”, afirma.
PREOCUPADA COM A SITUAÇÃO
Fabiane Chávez alerta que, por ser referência em diversos serviços no sul da Bahia, o Manoel Novaes normalmente já é muito procurado, mas hoje está habilitado somente para médio e alto risco. “No entanto, nos últimos dias tivemos que ocupar a maioria dos nossos leitos com risco habitual (partos de pacientes sem risco)”.
A diretoria técnica destaca que, embora a demanda tenha triplicado nos últimos dias, nenhum paciente ficou sem ser atendido. “Mas espero que esses serviços sejam restabelecidos definitivamente”.
A médica observa ainda que o Hospital Manoel Novaes está entre as unidades saúde do interior do Brasil que têm conseguido manter equipes completas. “Em todo o país, temos um deficit muito grande de profissionais que atuam na pediatria e obstetrícia. Mas, como a nossa Santa Casa tem honrado os seus contratos, ainda contamos com esses profissionais”, relatou.